Quando tive a ideia para este post, fiz uma espécie de retrospectiva e lembrei-me de como tem sido a minha vida até então…
Vou falar-vos um bocadinho do meu historial clínico (por isso tenham paciência, a lista é grande!). A ideia é mesmo mostrar-vos que um estilo de vida mais saudável pode fazer toda a diferença, sem ser necessário recorrer a medicamentos (claro que cada caso é um caso e não estou aqui a falar de doenças graves)!
Antes de me tornar vegetariana tinha imensos problemas de estômago. Sempre tive gastrites, má disposição, também tinha muitos problemas de obstipação (em miúda literalmente chorava com dores!). Não sei se será de família ou não, mas a verdade é que alguns elementos da família (uns mais próximos, outros mais afastados) têm tido vários problemas no sistema digestivo (desde coisas menores a doenças bem graves). Na altura em que me tornei vegetariana nem pensei em nada disso, não era exactamente esse o objectivo pois ainda não sabia os benefícios que iria sentir.
Mas a verdade é que as gastrites e os problemas de digestão desapareceram (sei que a carne e depois o queijo tinham aqui um peso muito grande), as comuns dores de barriga também e os intestinos regularam.
A dificuldade em respirar e a capacidade de cheirar (devido à sinusite e à rinite alérgica) também melhoraram. Eu nunca consegui distinguir bem os cheiros precisamente porque tinha o nariz sempre entupido. Por volta dos 8/9 anos, fase em que estive pior, fiz mesmo um tratamento específico, que evitou a ida ao bloco operatório. Só que apesar de ter melhorado ligeiramente, foi a partir dessa altura que perdi literalmente a capacidade de cheirar! Só me conseguia recordar de cheiros de quando era muito mais nova, tipo 3/4/5 anos: cheiros da casa da minha avó, do sítio onde costumava ir passar férias com os meus pais… Daí para a frente nada, niente!
Alguns anos depois de me ter tornado vegetariana fui recuperando o olfato. Ainda hoje estou em fase de aprendizagem e portanto é normal perguntar “cheira-me a qualquer coisa, o que é?” (coitados dos que me aturam). Os cheiros maus são muito fáceis de identificar, os bons e os mais subtis nem tanto, mas um bocadinho todos os dias e lá vou completando o meu catálogo de cheiros.
Quanto à alergia ao pó, livrar-me de tralha ajudou imenso e ter começado a usar panos de microfibras ligeiramente húmidos nas limpezas também.
Quanto à alergia ao pó, livrar-me de tralha ajudou imenso e ter começado a usar panos de microfibras ligeiramente húmidos nas limpezas também.
Outro problema de infância: o eczema! É certo que as crises eram muito mais fortes e frequentes quando era miúda, mas volta e meia apareciam e nunca percebi bem porquê.
Melhoram sobretudo quando passei a usar apenas produtos naturais para a pele. O óleo de côco e o óleo de amêndoas doces fazem mesmo milagres e o bicarbonato de sódio também! Assim como os produtos naturais para a limpeza da casa, pois de vez em quando lá voltava a alergia aos produtos de limpeza tradicionais…
Com uma alimentação vegetariana passei a ter muito mais energia e passei a controlar muito melhor o peso, deixando basicamente de me preocupar com ele! Apesar de sempre ter sido magra (em miúda tinham que obrigar-me literalmente a comer!), na fase da adolescência, quando parei de crescer… em altura, comecei a crescer em largura! E cheguei a passar mais 11/12 kilos do que peso hoje (o que para mim era mesmo muito e não me sentia nada bem…). Apesar de não comer muito não conseguia emagrecer, cheguei a ser acompanhada por uma nutricionista e nada (além de que não me sentia nada bem com a dieta que me foi recomendada). Foi aí que comecei a ler muito sobre alimentação e que mudei radicalmente tendo deixado praticamente de comer carne (comia peixe). Comecei também a mexer-me mais e consegui emagrecer! Depois de ter visto que me dava tão bem com a comida à base de legumes (a carne não me fazia mesmo nada bem!), é que surgiu a ideia de me tornar vegetariana (afinal era algo que sempre quis sobretudo por causa dos animais)! Li mesmo muito muito sobre o assunto. Não conhecia ninguém que tivesse esse tipo de alimentação e achava que seria impossível tornar-me vegetariana. Não tinha jeito nenhum para a cozinha (apenas tinha começado a cozinhar há cerca de 1/2 anos). Quando fui para a universidade nem arroz simples sabia fazer! Mas a vontade de mudar (sobretudo porque estava numa fase um pouco negativa da minha vida e porque sentia o ânimo de ter emagrecido) permitiu-me seguir em frente. Pelo menos estava decidida a experimentar, se depois não gostasse não havia problema, voltava à alimentação de sempre.
Então assim foi! As primeiras refeições não saíram muito bem, mas fui aprendendo devagarinho. Fui descobrindo novos sabores, novas formas de cozinhar, aprendi a andar de marmita atrás sempre que ia comer a casa de alguém, aprendi a ouvir os mais curiosos (nem sempre com opiniões muito positivas) e aprendi a adaptar-me a qualquer situação que envolvesse comida!
E ainda ganhei mais. Sempre tive amigdalites constantes e muito dolorosas! Após me ter tornado vegetariana diminuíram imenso, apesar de ainda ter tido uma ou outra. Desde que me tornei vegana, nunca mais estive. Também as gripes e constipações são raras por aqui, confesso que já não me lembro da última…
Claro que nem tudo se deve à alimentação vegetariana/vegana. Sei que é uma conjugação de vários factores que contribui para tudo isto e tal como já falei várias vezes por aqui, só recentemente, com uma vida mais calma e relaxada, deixei de ter crises de ansiedade/dificuldade em respirar e passei a ter menos dores de cabeça.
Para além disso, com a prática regular de exercício físico, os problemas de circulação melhoraram e deixei praticamente de ter dores nas pernas (estava a tomar medicação segundo recomendação do médico).
Todas estas coisas, aliadas à capacidade de ser feliz e de apreciar as pequenas coisas fazem sentir-me muito bem! E se eu consigo ser e sentir-me assim (que já fui balofinha, pouco saudável, depressiva e infeliz) qualquer pessoa consegue 🙂 Pode demorar alguns anos (no meu caso demorou vários) mas compensa muito muito! A capacidade de mudarmos só depende mesmo de nós! Por isso se querem mudar FORÇA!