Não foi só criar o blog e pronto: sou calma. É necessário um esforço diário, onde me obrigo constantemente a respirar correctamente, a andar devagar e a apreciar o momento presente.
Sempre fiz tudo a correr, pois sempre tive que aproveitar o tempo ao máximo. Dormir muito também nunca foi comigo. Sempre dormi muito pouco, deitava-me tarde e acordava cedo porque lá está, o tempo tinha que ser bem aproveitado… Com o dormir já fiz as pazes há muito e agora sei que se dormir entre 7 a 8 horas fico bem, é destas horas que o meu corpo precisa para se sentir com energia.
Quanto ao resto, a história é outra… Há dias em que estou muito calma, em que respiro correctamente, em que sinto que estou realmente no momento presente, sem pressas e sem pensar em muitas coisas ao mesmo tempo… Outra vezes, faço tudo ao contrário! Ando a correr, fico stressada, faço uma respiração demasiado superficial que às vezes até me deixa com dificuldades a respirar*… Estes casos por vezes até têm uma razão óbvia, é o trabalho que tem sido muito ultimamente, são várias as coisas para fazer, é alguém que que nos transmite energias menos positivas…
Mas a maior causa de todas sou eu mesma. Eu própria, continuo a colocar uma pressão enorme em mim, seja para trabalhar mais, para fazer mais rápido (porque ainda tenho muita coisa para fazer), seja em casa porque quero despachar todas as tarefas rapidamente. Afinal já sei tudo de cor aquilo que tenho que fazer, por isso mais vale acelerar um bocadinho para depois ter tempo para outra coisa qualquer. Esqueço-me é que quando termino estou exausta, stressada, com a respiração acelerada e demoro o dobro ou o triplo do tempo a acalmar-me!
Outra das coisas que também não ajuda nada é levar as coisas demasiado a sério quando algo corre menos bem, isto mais em contexto de lazer e não propriamente no trabalho. Por exemplo, quando estamos de férias devemos relaxar, divertirmo-nos e geralmente até nem ligamos a metade das coisas que nos irritam no dia-a-dia, não é? Muitas vezes, tenho que fazer um esforço para me colocar nesse “modo férias”, pois se determinado sítio que eu queria visitar afinal está fechado, fico chateada, se me perdi porque intrepretei mal o mapa (coisa que acontece tantas vezes) fico chateada… Isto até deveria ser motivo de riso, de descontracção. Afinal férias são férias e não temos pressas, certo?
Portanto, eu sei disto tudo, tenho consciência, só que depois na prática é mais difícil… A meditação ajuda muito, o yoga também (se bem que ainda sou mesmo uma principiante neste campo), mas acho que aquilo que é mais importante é estar atenta aos pequenos sinais e assim que percebo que a pressão vem a caminho, tenho que descontrair, respirar e deixar as tensões abandonarem o meu corpo. Tenho que me rir de mim própria e levar a vida na boa.
Sei que estou no bom caminho, mas também sei que tenho um longo caminho a percorrer…
Este post é basicamente para saberem (e eu também, como forma de me consciencializar) que eu falho, e muito, e que ainda não sou uma Ana totalmente “go slowly” 🙂
E o meu mantra (uma vez mais para não esquecer):