Hoje é o dia europeu sem carros e eu já estou sem carro desde o dia 7 de Agosto! E quero partilhar contigo como tem sido esta jornada!
A dependência de combustíveis fósseis começou a incomodar-me cada vez mais, e senti que tinha de fazer algo diferente. Comecei a ler sobre o assunto, e decidi que não ter a bicicleta pronta para pedalar não podia ser desculpa. Pedi a bicicleta emprestada ao meu pai e comecei com pequenos trajetos, como passeios pelo Parque da Cidade ao fim-de-semana.
Enquanto isso, criei um ficheiro onde registava as minhas deslocações, anotando se conseguia fazê-las de bicicleta ou transportes públicos. Fiz também uma lista de tarefas e projetos que encontrei nas minhas pesquisas e que me inspiraram, desde podcasts, páginas, sites a canais de YouTube, como:
E muitos mais! Em breve partilharei o ficheiro de recursos que tenho estado a preparar.
Fui buscar a minha bicicleta à oficina e assim comecei a fazer todas as minhas deslocações diárias de bicicleta, como ir até ao metro. Foi lindo ver o parque de bicicletas tão cheio no estacionamento do metro!
Aos poucos, fui usando a bicicleta para todas as minhas deslocações diárias. Percebi que precisava de fazer algumas alterações, e que o investimento seria mais elevado do que o preço da minha bicicleta (que já é bastante antiga).
Falei com o Rui da Turisbike e comprei uma bicicleta em segunda mão que já tinha tudo aquilo que precisava e que estava mais adaptada às minhas deslocações na cidade.
Já em casa, fiz uma limpeza mais profunda à bicicleta, troquei algumas peças de uma para a outra, como o cesto e o suporte para o telemóvel. Também comprei uns alforges em segunda mão. E quando tudo ficou pronto, batizei-a de Caju!
Comecei a envolver-me com a comunidade de pessoas que usam a bicicleta, o que foi fundamental para me sentir apoiada. Andei pela primeira vez de metro com a Caju e participei na Massa Crítica do Porto, que acontece nas últimas sextas-feiras de cada mês — um movimento global de apoio à bicicleta.
A Caju teve a sua primeira “aparição pública” numa entrevista comigo para um jornal português, e adorei a sua companhia! Também andei pela primeira vez à chuva com a bicicleta… e não estava preparada!
Entretanto, tornei-me apoiante do projeto Lisboa Possível e fiz uma entrevista sobre o tema, já com a minha t-shirt nova do Cravo Bravo.
Fui às compras de bicicleta pela primeira vez e consegui trazer tudo nos alforges. É perfeitamente possível ir às compras de bicicleta!
Traduzi o filme Women Don’t Cycle para português e organizámos uma sessão de exibição. E também participei num passeio de bicicleta na minha cidade, Póvoa de Varzim.
Desde o dia 7 de agosto que não uso carro, e estou mesmo, mesmo feliz por ter feito esta transição. A Caju é agora a minha companheira para todo o lado! Juntas, queremos inspirar cada vez mais pessoas a juntarem-se a nós!
Se quiseres ver a minha partilha sobre esta jornada, em formato vídeo, vê aqui.
Foto: Helena Flores
Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal
Aqui cabe tudo aquilo que nos leva em direcção a uma vida mais simples, mais sustentável e também feliz: minimalismo, slow living, desperdício zero, hábitos saudáveis, ferramentas de desenvolvimento pessoal, yoga e meditação.
O “Ana, Go Slowly” é o meu mantra, aquele que me relembra todos os dias que é possível viver mais devagar e saborear cada momento com a intensidade devida, pois só assim faz sentido. É o meu guia nesta viagem em direcção a uma vida mais simples, mais feliz e mais consciente. É a minha casa, o espaço onde partilho tudo aquilo que me faz feliz e que me permite ter uma vida mais sustentável e sem desperdício.
