Hoje é o Dia Nacional da Sustentabilidade (celebra-se pela primeira vez!) e gostaria de ter uma conversa muito honesta sobre ser ‘lixo zero’.
Desde que comecei a minha jornada em direção a um estilo de vida mais sustentável, sempre tentei alcançar o ideal de ser “lixo zero”. Durante muito tempo fui demasiado exigente comigo. Tão exigente que cheguei a ter que incluir na minha semana, o dia do “lixo”, aquele dia em que podia fazer algumas coisas menos sustentáveis, como tomar um banho de imersão, comer um chocolate embalado ou fazer uma viagem de carro só porque sim.
Esta luta por ser cada vez melhor e o facto de começar a ficar cada vez mais preocupada com as alterações climáticas, começou mesmo a levar-me à exaustão.
Ser “lixo zero” é mesmo uma meta inatingível.
Para além disso, as prioridades na nossa vida estão sempre a mudar.
Nós somos seres em constante transformação.
E este ano, a minha principal preocupação tornou-se a minha saúde. Isso significa que tomei algumas decisões que podem parecer contraditórias com o meu compromisso de produzir menos lixo. Por exemplo, passei a comprar mais produtos embalados em nome da minha saúde, pois não consigo comprá-los a granel, seja a proteína em pó, barrinhas energéticas, bebida vegetal fortificada.
De uma forma geral, consumo mais. Por exemplo, consumo mais comida pois pratico mais desporto.
Como pratico mais desporto, sujo mais roupa e coloco mais vezes a roupa para lavar.
Acredito firmemente que a sustentabilidade não é apenas sobre cuidar do planeta, mas é também sobre cuidarmos de nós mesmos. Afinal, como podemos ser verdadeiramente sustentáveis se não cuidarmos de nós e da nossa própria saúde?
Já tinha também partilhado por aqui, que nos últimos anos, me confrontei com o tema das viagens de avião. Durante mais de 10 anos privei-me de viajar de avião, principalmente por questões ambientais. Fiz as pazes com isso em 2022 quando fiz uma viagem a Cabo Verde que mudou a minha vida.
Viajar (sobretudo de avião) tem uma grande pegada ecológica, mas pode, na verdade, ter um impacto bastante positivo.
Crescemos tanto com as viagens. Acredito mesmo que não há nada que nos faça crescer tão rápido, sobretudo se nos relacionarmos com os locais, vivermos como eles e aprendermos tudo aquilo que eles nos têm para ensinar.
Para compensar a pegada das minhas viagens, sobretudo as maiores, tento viajar de forma slow, ficando mais tempo nos sítios.
Contribuo sempre para as comunidades locais, ficando por exemplo em alojamentos locais em vez de grandes cadeias de hotéis, consumindo produtos locais.
E também conhecendo projetos locais que ajudam a comunidade e contribuem para a conservação do meio ambiente.
Sempre que posso, falo dos meus projetos nesses países e realizo pequenas ações de sensibilização e participo em limpezas de praia.
E vou partilhando nas minhas redes sociais tudo sobre as minha viagens, onde fico, onde vou, dando a conhecer esses projetos locais tão inspiradores e tão importantes.
Este é apenas um exemplo de como podemos abordar o desafio das viagens de forma mais consciente e responsável.
Quis trazer este tema para te convidar a reflectir sobre o que é sustentável para ti, quais são as tuas prioridades, de forma a que encontres o equilíbrio que funciona para ti e isso só tu saberás. Afinal, cada um de nós tem a sua própria jornada e as suas próprias lutas.
Isso não significa que tenha abandonado os meus esforços para produzir menos lixo. Continuo a fazer o meu melhor, mas agora com um novo equilíbrio. Afinal, não somos perfeitos, e a busca pela sustentabilidade é uma jornada, não um destino.
Obrigada por me ouvires e por fazeres parte desta conversa.
Partilha a tua experiência e perspetiva nos comentários. Ou envia-me um e-mail para hello@anagoslowly.com
Juntos, podemos aprender e crescer nesta jornada da sustentabilidade.
E que este dia seja todos os dias!
