Há vida depois do destralhe digital?

Em Agosto aderi ao desafio destralhe digital: usar apenas a tecnologia absolutamente indispensável e livrar-me do resto, durante um mês!

Será que consegui superar o desafio? 

Sim e não! 😅

Relembrando qual era o meu grande objectivo…

Encontrar uma maneira de usar as redes sociais de uma forma positiva, que me acrescente, que me faça sentir bem! E partilhar esta forma de estar nas redes sociais, para que mais pessoas possam fazer e sentir o mesmo. No fundo, usar a nossa voz para fazer diferente, num mundo em que somos completamente dominados pela tecnologia e pelas redes sociais!

  • As férias fora 

Usei o telefone para tirar algumas fotos, para aceder ao gps, marcar restaurantes e pesquisar os horários e, só à noite, para falar com amigos e família.

Zero redes e zero vontade, estou a ser sincera. Quis focar-me no descanso e aproveitei para ler! Acho que já não lia assim tanto há alguns meses…

Quando os nossos olhos não estão colados no telefone, reparamos mais no que está à nossa volta, o que é maravilhoso! Mas também reparamos que todos os outros (pequenos e graúdos) estão colados nos ecrãs 😂 Confesso que aqui pode ser mais difícil mantermo-nos fiéis ao desafio!

Também não tive que andar de power bank atrás pois o telefone tinha sempre bateria.

  • As conversas com os amigos

Graças a este desafio, tive conversas super interessantes com alguns amigos, sobre o impacto da tecnologia nas nossas vidas, a quantidade de informação que partilhamos (sem darmos conta), a qualidade das nossas relações sociais e familiares.

Infelizmente muita gente partilha novidades, fotografias e experiências apenas nas redes sociais, deixando de telefonar ou marcar encontros presenciais. Alguns amigos meus que não usam redes sociais foram acusados de já não acompanharem as novidades e de não quererem saber o que se passa!!

Somos seres sociais, precisamos deste contacto. Só não devemos deixar que essa conexão esteja apenas no online e se sobreponha àquilo que vivemos na vida real. 

  • As novas experiências e as limpezas digitais

Tirar fotografias e depois escrever sobre elas no meu diário. Faço “journaling” desde 2011, mas ainda não tinha experimentado focar-me numa fotografia ou objecto e escrever só sobre isso.

Acordar com o nascer-do-sol e dormir numa caravana.

Observar as gotas de orvalho em teias de aranha logo pela manhã. 

Aproveitei ainda para fazer uma limpeza no meu facebook pessoal: removi alguma informação, removi alguns amigos e deixei de seguir outros (quero manter como amigos mas não me interessa ver o que partilham). Não voltei a instalar a aplicação do facebook no telefone, uso pouco e quando necessito faço-o no computador.

Fiz também uma limpeza nas contas de instagram que sigo. 

  • Aquilo que ganhei

Mais tempo. 
Tempo de qualidade com os meus.
Mais tempo para ler! 
Mais conversas significativas.
Percebi que há mais pessoas como eu, que querem estar presentes nas redes sociais de uma forma consciente.
Mais organização e foco. Organizei o meu e-mail pessoal, à semelhança do e-mail profissional, com a organização por categorias de forma automática e desinscrevi-me de algumas newsletters. Defini horários específicos para estar nas redes sociais, escrever os posts e interagir com os leitores (das partes mais importantes e que mais gosto!).
Mais consciência.

Resumindo…

Este desafio trouxe-me definitivamente a parte boa da tecnologia: a conexão às minhas pessoas-casa e a distração sempre que precisei (obrigada Netflix!). 

Permitiu-me perceber o que é realmente importante, daqui para a frente: o contacto com as pessoas mais significativas, sejam elas amigos, família ou leitores e como quero usar a minha voz neste meio digital.

Tudo pode ter um lugar na nossa vida, o importante é estarmos conscientes das nossas escolhas. 

  • Foto: Abigail

    Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal

    Bem-vindos ao Ana, Go Slowly!

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