Em que consiste o desafio “Destralhe digital”?
É uma espécie de detox digital durante 30 dias, em que faremos uma pausa das tecnologias opcionais, com um foco muito específico: trazer os benefícios e aprendizagens deste desafio para a vida, todos os dias.
- Escolher qual será o período de 30 dias
- Nesta pausa, o foco será redescobrir novas actividades, hobbies e coisas que nos satisfaçam e que tragam mais significado à nossa vida
- No final da pausa, reintroduzimos a tecnologia, que passará por um rigoroso escrutínio, definindo as suas regras de utilização
Como descobri este desafio?
Através do autor Cal Newport e do seu brilhante livro “Minimalismo digital – viver melhor com menos tecnologia”. Falo dele no meu livro “Vida Lixo Zero”.
Qual a minha intenção e propósito em participar neste desafio?
Ter uma vida ainda mais leve e usar menos tecnologia.
Sentir que a tecnologia apenas apoia o meu propósito, que eu maximizo o seu valor e minimizo a parte mais negativa (no meu caso, sinto-me muitas vezes exausta, ao ponto de já ter considerado várias vezes a possibilidade de sair das redes sociais).
O que são tecnologias opcionais?
A tecnologia inclui todas as aplicações, sites (incluindo streaming) e outras ferramentas fornecidas através de um ecrã de computador ou telemóvel.
As tecnologias são consideradas opcionais, na medida em que podemos deixar de usar sem que isso provoque qualquer tipo de dano na nossa vida profissional e pessoal. Em alguns casos, podemos deixar de usar a tecnologia completamente, noutros, definir regras/horários/limites para a sua utilização.
O que fazer antes do desafio?
Definir as minhas regras e tê-las num local visível! É aquilo que o Cal Newport foca como verdadeiramente importante. Se não definirmos bem as regras e as colocarmos num sítio visível, não há um compromisso claro, vamos esquecer-nos e se houver dúvidas sobre o que fazer, vamos obviamente usar a app ou usar mais tempo, etc.
Por isso, deixo aqui algumas dicas.
Como defini as minhas próprias regras?
- Analisei os dados de “tempo de ecrã” (funcionalidade do iPhone e também existe para Android)
- Registei qual era a minha média diária
- Registei as apps mais usadas e durante quanto tempo
- Defini as apps proibidas ao longo destes 30 dias
- Defini aquelas que preciso de continuar a usar e em que situações é que vou fazê-lo
- Verifiquei as notificações e se era necessário alterar alguma coisa (tenho muito poucas notificações activas, ou seja, só percebo se há notificações quando acedo à aplicação). Ao definirmos um determinado horário para aquela aplicação, será nesse momento que veremos todas as notificações, durante 15 a 30 minutos por exemplo.
- Defini limites de tempo para cada uma das aplicações que vou continuar a usar (acho que isto me será mais útil após o desafio, em período de férias acho que vou mesmo conseguir deixar de usar a maior parte das aplicações)
- Escrever as regras, colocá-las num local visível
- Fazer as respectivas alterações nas configurações do telefone, computador, aplicações, etc.
- Decidir antecipadamente o que quero fazer nas minhas férias. Começar a procurar novos hobbies, coisas novas que quero experimentar, formas de ocupar o tempo, etc e também tempo para não fazer nada e descansar
E depois do desafio?
Escreverei um post sobre a minha experiência, o que gostei mais, quais foram as maiores dificuldades e o que trouxe para minha vida diária (sem férias).
No entanto, quero deixar já registado algo muito importante que retirei do livro e que quero que fique na minha mente ao longo de todo o desafio.
A tecnologia que uso terá que:
- satisfazer algo que valorizo profundamente (oferecer alguns benefícios não chega)
- ser o melhor modo de utilizar a tecnologia para satisfazer este valor (se não for, tenho que substituir por algo melhor)
- desempenhar um papel na minha vida que seja limitado por uma regra que especifique quando e como a utilizo
Começo dia 1 de Agosto! Juntas-te a mim?
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