Foi há precisamente há 1 ano que lancei o meu livro, a 18 de Janeiro de 2020.
1 ano depois cá estou eu a viver no Alentejo, com estes dois e o mais-que-tudo!
Gostava de partilhar contigo algumas curiosidades sobre o livro: a escolha do título, quando surgiu o primeiro convite da editora, se houve mais editoras interessadas, como foi escrever o livro e fazer a revisão final, como foi escolher a capa, quanto é que os autores recebem por livro, como foram os eventos de lançamento, como decorreu o processo de escrita, a primeira reunião na editora e muito mais. Uma espécie de funny facts.
Conta-me o que achaste! Vou adorar saber 🙂
Sabes porque razão o meu livro se chama “Vida Lixo Zero”? E não “Vida Desperdício Zero”, por exemplo?
Porque o termo “desperdício” acaba por ser redutor. Inclui resíduos orgânicos, embalagens de plástico, vidro ou papel, enfim tudo aquilo que é descartado. Já o conceito de lixo abrange tudo, também o lixo físico (tralhas e coisas que temos a mais), o lixo mental, as relações tóxicas. Tudo isso faz parte do conceito de “lixo”. E desde 2011 que tenho feito uma limpeza na minha vida que me tem permitido caminhar em direção à vida dos meus sonhos: uma vida com menos mas muito mais feliz.
O que existe no final do livro?
Há um QR code no final do livro, que te permite aceder a todas as referências (links e livros) e também encontras modelos de e-mails que podes enviar às marcas/empresas. Gostava de ter feito um livro interactivo, em que se acedia a uma app com mais informação e desafios. Quem sabe num próximo?
Quando surgiu o sonho de escrever um livro?
Acho que sempre tive o sonho de escrever um livro, mas confesso que nunca achei que fosse possível. Quando criei o meu blog em 2012, pensava nisso muitas vezes e já sentia que até poderia ser possível concretizar esse sonho…
O primeiro convite da Bertrand para escrever o livro aconteceu em Agosto de 2018 e no início o tema era outro (qual seria?!).
Tive uma reunião na Bertrand quando estava a regressar de férias com uns amigos num camping da Galé. Cheguei à editora de chapéu e mochila às costas e o Rui Couceiro (o meu editor) recebeu-me de fato pois claro.
Recebi posteriormente o convite de mais 3 editoras. Das 4 editoras considerei 2 e depois acabei por decidir pela Bertrand (Contraponto).
A minha condição antes de avançar com a editora: papel reciclado, tintas sustentáveis e capa sem plástico. Felizmente a Bertrand disse que sim!
Quando estava a escrever o livro descobri um rascunho (digital) de 2013 com um possível índice do livro. Já não me lembrava! O que é engraçado, é que todos os tópicos que lá escrevi (sobre minimalismo, destralhar, viver com menos e de forma mais sustentável) estão no livro, claro que acabei por acrescentar muito mais informação.
Como escolhi a ilustradora do meu livro?
Quando estava à procura de ilustradores, a Bárbara R. foi a uma aula de yoga minha e percebi que tinha que ser ela! Já não estávamos juntas há algum tempo, mas fui sempre acompanhando o trabalho dela, e ela apareceu justamente no momento em que estava à procura de ilustradores!
Quanto tempo tive para escrever o livro?
Tive cerca de 6 meses para escrever o livro, mas como estava constantemente a viajar para fazer palestras em vários pontos do país, era complicado manter uma rotina de escrita.
Fiz um plano com o número de páginas que tinha que escrever por dia. Nem sempre consegui, então nos últimos dois meses foi quando me dediquei mais tempo. Terminei a revisão final a 7 de novembro de 2019. Guardei o plano de escrita, como fiz a divisão em temas e deixei algumas ideias de fora que acabaram por não ser usadas.
No início, achei que era impossível escrever 200 páginas mas depois retirei mais 20 ou 30 páginas porque já tinha demasiada informação!
A parte de revisão foi a mais difícil, confesso que já não me podia ler!!
Nessa altura, percebi que o meu trabalho enquanto software tester durante 4 anos me ajudou imenso, pois é um trabalho muito minucioso e quando lemos 40 vezes a mesma coisa já nem conseguimos ver as gralhas.
Detestei a primeira capa do livro…
Confesso que não foi fácil escolher a capa, vi 3 e não gostava de nenhuma. Sou super esquisita com as fontes. Sabia que uma das ilustrações da Bárbara tinha que lá estar, isso era certo! Ainda bem que a editora foi flexível!
O livro foi lançado a 17 de Janeiro de 2020 e teve a sua segunda edição em Junho de 2020.
Quantas apresentações teve o livro?
Fiz três apresentações do livro: no dia 18 de Janeiro no Porto (na fnac do Norteshopping), no dia 23 de Janeiro em Lisboa (na fnac do Chiado) e no dia 15 de Fevereiro em Vila Nova de Santo André, no Alentejo (no ginger café).
Visualizei várias vezes a sala cheia, mas confesso que não imaginava que fosse tanta gente! Foi mágico e não cabia mais ninguém!
No Porto, o livro foi apresentado pela homeopata Francisca Guimarães e em Lisboa pela actriz Sandra Cóias, duas pessoas que admiro muito! Foi uma honra tê-las comigo.
No lançamento no Porto, um antigo colega de trabalho andava a passear pela fnac e ouviu a minha voz, que lhe soou familiar. Foi espreitar e viu que era mesmo eu!
No lançamento em Lisboa estava extremamente cansada de falar, pois tinha feito várias entrevistas na rádio e televisão nesse dia. Fiquei doente da garganta logo a seguir e precisei de uns dias de repouso. Percebi que tinha exagerado… esta mania de aproveitar as idas a Lisboa para fazer tudo e mais alguma coisa…
O fotógrafo que esteve na fnac em Lisboa não foi contratado por mim. É um senhor que vive lá perto e que aproveita para tirar fotografias em todos os lançamentos de livros. E depois vende as fotografias caso os autores gostem. Acabei por comprar para ter uma recordação desse dia. Mas quem lá esteve sabe como foi cómico… Daqueles fotógrafos que não passam despercebidos…
Lançar um livro é uma boa forma de destralhar pessoas da nossa vida…
O lançamento do primeiro livro é um acontecimento muito importante para o autor, quase como se fosse um casamento, um baptizado… na medida em que só acontece uma vez! O que é óptimo, pois permite-te filtrar quem realmente deve continuar na tua vida. É como se fizesse uma espécie de limpeza!
Quanto recebem os autores por cada livro?
No geral, os autores recebem em média 8 a 11% por cada livro vendido, o que, a meu ver, é sem dúvida pouco, tendo em conta todo o trabalho envolvido.
O que me disse o meu namorado depois de ter escrito o livro?
Um mês depois de ter lançado o livro mudei-me para o Alentejo e o meu namorado disse-me: “Agora vais ter que escrever outro livro e dizer ‘esqueçam tudo o que escrevi no primeiro”! É verdade que com crianças muitas coisas têm que ser adaptadas, mas também acredito que a vontade de mudar o mundo e de passar estes valores às nossas crianças passa a ser maior.