Comecei o ano numa casinha sustentável com a minha amiga Inês Espada Nobre. Há muito que queríamos fazer uma viagem por Aljezur (Algarve) e conhecer alguns projectos sustentáveis e também os mercados locais e de segunda mão.

Tenho sempre uma lista com sítios que gostava de conhecer e vou adicionando de cada vez que descubro algo interessante: restaurantes, lojas, alojamentos, projectos. Por isso, na verdade, a lista de Aljezur já estava pronta há muito tempo!
Faltava-nos o alojamento! Pesquisamos no Airbnb e descobrimos várias opções sustentáveis. Se ainda não te inscreveste no Airbnb, podes fazê-lo através deste endereço.
Escolhemos o Monte da Cunca, que fica na Carrapateira (Algarve) e tem várias casinhas como esta em que ficamos. Parece uma espécie de casa da árvore!
Foi tudo construído de forma artesanal com materiais locais, o detergente da louça e o sabão líquido da casa-de-banho são sustentáveis, a energia provém de painéis solares e os resíduos orgânicos são usados para fazer compostagem. Todos estes cuidados estão explicados nas regras da casa 💚
Aproveitamos o pôr-do-sol todos os dias, simplesmente para respirar e agradecer. Espreitamos sempre praias diferentes.
Fomos à Madame Granel, que eu já conhecia e recomendo! Os donos, a Diane e o Ruben são uns amores! Esta loja tem tudo, desde mercearia seca, champôs, sabonetes, vinagre, óleos vegetais, detergentes, pão e queijos vegan. Ao sábado a loja enche e não cabe mais ninguém (isto é tão bom sinal!). Trouxemos dois queijos vegan deliciosos!
Passamos ainda pelos mercados de Aljezur. Um deles no edifício do mercado municipal e outro no pavilhão multiusos de Aljezur.
A Things Natura estava na nossa lista, mas estava fechada para férias. Aqui encontram-se vários produtos como escovas de dentes de bambu, kits de talheres, copos e garrafas reutilizáveis, entre muitas outras coisas. Só conseguimos mesmo espreitar através da montra.
Ainda passamos pela feira de coisas em segunda mão, que é organizada pela Associação Amovate. Vimos coisas tão lindas! Eu trouxe uma coisa que depois irei mostrar, mas é surpresa para já!
Sabias que esta garrafa era utilizada para aquecer os pés?

Preparamos quase todas as refeições na casa onde ficamos. Na ida ao supermercado (logo na primeira noite, por isso, antes de irmos à Madame Granel) procuramos aquilo que havia sem embalagem.
Na secção dos vegetais não costuma ser difícil, mas só havia um tomate que não estava embalado! Percebemos que só poderia estar à nossa espera…
Trouxemos também uma curgete, um alho-francês (comemos tudo, parte verde e parte branca!), pão (que colocamos no nosso saco de pano), massa e umas bolachas (estas duas só encontramos embaladas).
Almoçámos um dia na pizzaria Arte Bianca, um sítio muito bonito onde as pizzas são deliciosas (há pizzas com queijo vegan).
Aljezur é a prova de que são os habitantes que transformam os sítios, uma vez que é um local que tem uma enorme comunidade de pessoas que veio de outros países.
Em qualquer mercearia, mesmo daquelas em que é uma senhora de idade que está atrás do balcão, é possível encontrar comida biológica, tofu e até ameixa umeboshi (dou este exemplo porque é algo que nem sempre se consegue encontrar, mesmo em grandes cidades) e vários detergentes ecológicos (para a roupa, louça, lava-tudo…). Por isso, acredito tanto no poder do consumidor. Somos nós que começamos a mudança!
Passamos ainda por Lagos que eu adoro! Já lá estive duas vezes e a última foi em Abril de 2019, a propósito de uma palestra sobre slow living e desperdício zero que realizei no centro cultural de Lagos. Queria muito voltar à loja a granel grãos de amor (aproveitei para comprar detergente para a máquina da louça num frasquinho lindo que estava na loja para quem quisesse levar) e ao espaço Mar d’estórias.
No regresso, passamos pelo pão do rogil. Ficamos tristes por não podermos experimentar o pão de batata doce (só estava disponível para levar e em saco de plástico). Experimentámos os pasteis de batata doce que eram deliciosos. Deixei a sugestão para terem o pão a granel, pois não faz sentido terem apenas pão embalado. Enviei também um e-mail com esta sugestão.
Passámos ainda por São Luís (Odemira, Alentejo) e fomos à tasca dos Lameiros, onde aos domingos, há sempre pizza e comida israelita que é absolutamente deliciosa. Na verdade, não é bem na tasca mas em frente. É maravilhoso ver esta mistura: a gente de sempre e da terra na tasca e em frente, gente que agora é da terra e arredores mas que veio de outras partes do país e do mundo. Vale mesmo a pena passar por lá.
No fim do almoço, fomos só comprar o melhor pão alentejano (dizem e eu confirmo!) que se encontra nas Brunheiras.
Este fim-de-semana fez-nos tão bem! Aproveitamos para sair da rotina, escrever, conversar muito, conhecer novas pessoas e novos projectos. Voltamos inspiradas e prontas para os desafios de mais um ano!