Fashion Revolution: como comprar roupa de forma sustentável?

Desde que vi o filme The true cost que muita coisa mudou! Estou decidida a fazer parte do movimento “Fashion Revolution” e vou apenas apoiar marcas que sejas ecológicas e éticas. Já há muito que tinha essa vontade mas a verdade é que com o corre-corre do dia-a-dia vamos optando pelo mais fácil. É certo que já não compro roupa há algum tempo e os meus hábitos de consumo mudaram imenso nos últimos anos, mas continuava a ir às lojas que toda a gente vai, afinal estão em todo o lado, em cada esquina há uma, os preços são acessíveis, a publicidade atractiva (nas últimas colecções o estilo predominante é o minimalismo!), portanto tudo me levava também a comprar nessas lojas. Depois do filme? Não consigo mais! É como se entrasse numa loja e visse as pessoas que estão nas fábricas a trabalhar naquelas condições, a poluição que daí resulta, o mal que os químicos fazem ao ambiente e às pessoas que trabalham e habitam ali perto!
Simplesmente não consigo ficar indiferente e não consigo compactuar com este tipo de negócios! Portanto não vou apoiar mais nenhuma destas lojas! (ainda que algumas tenham peças produzidas em Portugal, sabemos que a maioria das peças não é produzida cá e portanto estamos a compactuar com o negócio em si e dar dinheiro a empresas que simplesmente não garantem as condições mínimas para os seus trabalhadores).
Enquanto antes tínhamos cerca de 4 colecções por ano, agora são cerca de 52! Ou seja, todas as semanas há colecções novas nas lojas!
A moda altera-se a um ritmo demasiado rápido e nós compactuamos com isso, pois estamos sempre a comprar e a seguir as tendências, tratamos a roupa como algo descartável e nem sequer nos preocupamos em pensar quem fez aquelas roupas, o que aconteceu até ao momento em que as roupas chegam até nós através das lojas… Uma vez numa feira de segunda mão uma senhora disse-me que o seu filho não queria nada usado porque tinha receio que a roupa estivesse suja, eu disse-lhe que o filho precisava de conhecer as condições das fábricas onde a roupa é feita… talvez assim mudasse de ideias e passasse a preferir a que já foi lavada algumas vezes… nós não fazemos ideia do que está por detrás! Se me disserem “sim, sei como funciona mas mesmo assim prefiro comprar”. Não compreendo mas aceito, pelo menos sei que a pessoa não está enganada e está a tomar uma decisão com consciência. O mesmo se passa com a indústria da carne e das peles… Se as pessoas souberem o que se passa e mesmo assim quiserem compactuar com isso, tudo bem, mas pelo menos sabem o que se passa! Depois cada um é livre de fazer o que quiser com essa informação.
A partir de agora só faço compras éticas/sustentáveis e isto pode passar por:

  • fazer trocas com amigas/familiares
  • adquirir peças em mercados de trocas
  • comprar peças em segunda mão (lojas online e lojas físicas)
  • comprar peças de materiais ecológicos
  • comprar peças produzidas em Portugal/com materiais de origem nacional
  • comprar peças produzidas de forma ética, tendo em conta a mão-de-obra e as condições de trabalho e salário
Nem sempre conseguimos conjugar isto tudo! Então devemos dar o nosso melhor e avaliar qual a melhor solução em cada uma das situações! Neste momento tenho optado por comprar peças em segunda mão. Tem sido mais fácil pois assim continuo a comprar peças de marcas que já usava antes, ou seja, sei exactamente os tamanhos e os modelos que me ficam bem e fica mais fácil comprar pela internet por exemplo. Além disso, comprar em 2ª mão é de facto o mais sustentável possível, pois as peças já foram feitas, logo, não serão gastos mais recursos!Neste site, consegues encontrar as lojas de roupa em segunda mão em Portugal. Podes ir acrescentando se conheceres/descobrires mais algumas que não se encontram no site.

imagens daqui 
  • Foto: Abigail

    Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal

    Bem-vindos ao Ana, Go Slowly!

    Aqui cabe tudo aquilo que nos leva em direcção a uma vida mais simples, mais sustentável e também feliz: minimalismo, slow living, desperdício zero, hábitos saudáveis, ferramentas de desenvolvimento pessoal, yoga e meditação.

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