Na rubrica “Partilha a tua história” irei publicar textos enviados pelos leitores que já simplificaram as suas vidas. Não há nada melhor do que nos inspiramos com outros exemplos de pessoas que mudaram as suas vidas para melhor! Acredito mesmo que uma vida mais simples é uma vida mais feliz 🙂
Não sou de comentar o que vou lendo nos blog que vou seguindo e nunca tive coragem de criar o meu próprio blog, apesar de já me ter sido sugerido por colegas e amigos várias vezes . Porém, ao ver o apelo no “Ana, Go Slowly”, senti que devia partilhar a minha história, por tudo o que este e outros blog já me deram. Recuperei um texto (privado) que escrevi há pouco mais de dois meses e que adaptei ao actual propósito.
O meu caminho para uma vida mais simples:
Há uns anos, quando ainda vivia na casa dos meus pais, mas já perpectivava a saída, resolvi que teria de fazer uma grande arrumação. Por um lado, queria levar as coisas já organizadas para o novo espaço, mas por outro lado, também queria arrumar o que fosse necessário deixar ficar em casa dos meus pais (por falta de espaço na nova casa, que seria pequena).
Como sempre fui um bocado acumuladora, julgo que, em parte, por influência familiar, senti necessidade de organizar todas as tralhas e comecei a procurar na internet dicas e soluções de organização e arrumação. Encontrei inúmeros sites e blogs sobre o assunto, com artigos e imagens interessantes, de maior ou menor utilidade.
No meio dessas pesquisas comecei a encontrar conceitos como destralhar, desapegar, vida mais simples, minimalismo, etc. Com essas leituras parece que comecei a ver a luz! O que eu precisava não era organizar ou arrumar, mas destralhar, desapegar, abraçar uma vida mais simples.
Comecei um destralhe/organização que dura até hoje, pelo que fui percebendo que o minimalismo é mais um processo, e não um fim. O “arquivo morto” do passado era imenso, pelo que não consegui ainda livrar-me de toda essa carga. Quem sabe se um dia não ganho coragem e aplico o método KonMarie e destralho tudo de uma só vez. Seria o ideal, mas não tenho tempo e força emocional para tal feito neste momento.
Do meu caminho para uma vida mais simples destaco o destralhe de roupas e de papéis.
Lembro-me de ter uma pilha imensa de camisolas de Verão e de me querer arranjar e sentir que não tinha nada para vestir e por isso continuar a comprar mais e mais. A dada altura percebi que do tal monte de camisolas, nem metade me servia, caía bem, ou tinha alguma coisa a ver com o meu estilo. Ter consciência desta situação foi o primeiro ponto de viragem no armário!
Lembro-me do período em que fiz um grande destralhe de papéis (incluindo documentos, artigos científicos, material de congressos, etc), logo após concluir o mestrado. Alguns papéis ainda ficaram para uma segunda fase (ainda estão onde os deixei, na casa dos meus pais, há vários anos, o que quer dizer que qualquer destes dias deverão ser descartados), mas a mudança foi significativa, não tanto por ter tudo mais organizado, mas pela redução drástica da quantidade e pelo descarte de muita inutilidade que só ocupavam espaço.
Claro que houve mudanças a outros níveis (arquivo digital geral, fotografias, etc), mas há ainda muito por fazer porque optei por uma progressão para uma vida mais simples de modo gradual, para cimentar e nova forma de estar e não criar um corte abrupto entre o antes e o depois. O maior desafio actual é não deixar entrar ou acumular tralha em casa. Tudo se complicou com a chegada de um bebé, mas mesmo assim tento ir reduzindo o volume de tudo, numa lógica de entrar menos do que o que sai.
Resta-me agradecer à Ana pela partilha da sua experiência, que foi para mim crucial, visto que coincidiu com o momento em que decidi enveredar por uma vida mais simples.
E tu? Partilha a tua história, enviando e-mail para anagoslowly@gmail.com