Gosto muito de estar em casa e por isso a minha casa tem mesmo que ser um espaço onde me sinta bem, que esteja sempre relativamente arrumado e limpo (pois detesto coisas sujas e desarrumadas). Apesar de sempre ter sido anti-tralha, pró-arrumações e a favor do que é diferente, também eu me me deixei levar levar pelo que fica bem e é suposto e daí ter acumulado algumas coisas que afinal não faziam falta. Agora já me deixei disso e a minha casa também, fiel a quem nela habita!
Já me livrei de muitas coisas e acho sempre o mesmo, nunca nos livramos de tudo de uma só vez, é um processo, um caminho que vamos percorrendo, até porque a nossa vida e aquilo que gostamos e queremos ter connosco também vai mudando.
Depois de me ter livrado de tanta coisa no ano passado, achei que este ano não havia forma de me livrar de mais nada. Enganei-me! Terminei o ano de 2013 e iniciei um novo ano com ainda mais espaço, em casa e não só.
Hoje sinto que só faz sentido ter ao alcance dos nossos olhos, coisas bonitas, que gostamos mesmo a sério e coisas úteis. Se as bonitas tiverem uma utilidade, melhor ainda!
Agora que tenho mais consciência do que realmente faz falta, do que realmente valorizo, é tudo mais fácil, mas mesmo para quem se está a iniciar nestas andanças, certamente que sabe muito bem o que pode despachar. Há sempre coisas óbvias, que não mexemos há muito tempo.
Começa por aí, por aquilo que não usas há uma data de tempo e que sabes que à partida não irás usar. A seguir livra-te das coisas que não gostas ou que te fazem lembrar de coisas menos boas ou que simplesmente dão demasiado trabalho a limpar. Eu queixava-me que passava os fins‑de‑semana inteiros a limpar mas nunca me lembrei que me poderia livrar do que dava mais trabalho a limpar e a arrumar! E porquê? Porque aceitei que era assim, que era suposto, que deveria ter isto ou aquilo e que o trabalho fazia parte do pacote completo.
Felizmente esse pensamento mudou e fiquei sem culpinha nenhuma ao livrar-me daquilo que dá simplesmente demasiado trabalho.
Vivo mais a minha vida e a minha casa e ainda ajudei quem não tem a sorte de se poder livrar de tudo e mais alguma coisa.
Mas há mais coisas óbvias: as que estão fora de prazo!
Há quanto não arrumas a caixa dos medicamentos? Para além dos medicamentos fora de prazo (que entreguei na farmácia) ainda podes dar os medicamentos que estão mesmo mesmo a acabar mas que sabes que não vais tomar (da última vez até dei alguns a pessoas da família). ,
Faz o mesmo com a comida, analisa o que já passou do prazo, o que não queres mesmo voltar a comprar e aquilo que sabes que não vais voltar a fazer. O que estiver dentro do prazo podes sempre dar.
E os produtos de cosmética? Queres mesmo colocar na tua pele coisas fora de prazo?
Eu despachei uma base líquida que estava fora do prazo e ainda me livrei de uma fita de cabelo (afinal o meu cabelo é curto e continuará assim uns tempos e se voltar a crescer, caso precise de uma fita posso sempre voltar a comprar, porque é uma coisa barata, certo?). Depois há sempre coisas que se vão amontoando, caixas e caixinhas de papel, amostras etc. Adeus tudo! Quero espaço e quero sentir que tudo o que tenho é usado!
Passei ainda pelo armário das limpezas (é tão fácil juntarmos farrapos e trapos). Foi hora de os renovar, por isso adeus a todos os que estavam velhos. Também dei um jeitinho no resto dos produtos, fiz os produtos que estavam a acabar e comprei umas pastilhas novas para a máquina da louça.
Um tapete que usava na varanda adeus, afinal tenho o tapete de yoga, que serve exactamente para a mesma coisa.
Lembram-se dos puffs que falei aqui? Estavam guardados há imenso tempo e nunca mais foram usados, ora isso é sinal de quê? Que podem ir embora, precisamente! Também dei uma base para velas que não era usada (e eu que já fiz colecção de velas, agora só tenho uma!).
Por isso se tiveres objectos que não usas, não penses duas vezes, livra-te deles!
E revistas e catálogos? Praticamente não compro revistas e as poucas que tinha guardadas já há muito que foram para o lixo (longe vai o tempo em que guardava religiosamente todas as revistas e jornais de música que comprava!). Mas catálogos do ikea é coisa que adorava coleccionar e volta e meia folhear. Decidi que agora os vou “folhear” no computador ou no iPad, por isso pesquisei na net a versão digital e deitei fora as versões em papel.
E cds? Resolvi dar mais alguns, apenas coisas que já não gosto e não ouço. Cds graváveis já não tenho, passei tudo para o computador e deitei fora os cds. O mesmo aconteceu com alguns dvds. Só ainda não me consegui livrar de 3 k7s de vídeo. Já nem vídeo tenho, mas são especiais e de uma das minhas bandas favoritas, por isso resolvi guardá-las (afinal um minimalista pode guardar recordações, simplesmente resolvi mudá-las de sítio, uma vez que não são usadas). O que não é usado deve mesmo ser guardado, afinal não faz sentido estar a ocupar o espaço de coisas que são realmente usadas.
E os papéis? Facturas, manuais, enfim. Tenho tudo organizado em 2 capas. Para além de ter aderido a todos os serviços que disponibilizam facturas digitais e de ter reduzido muito o uso de papel, há sempre coisas passadas. Por isso toca analisar o que se tem mesmo que guardar em papel e aquilo que se pode ter digitalizado. Digitalizei o máximo que pude e livrei-me da versão em papel (aqui o prazo de tudo).
Já que estamos numa de papel, e os livros? Achamos sempre que vamos ler isto e mais aquilo. E apesar de termos em casa muitos livros que ainda não lemos, vamos sempre comprar mais um e mais outro. Eu já não compro livros em papel, agora só digitais, precisamente porque em papel tenho muitos que ainda não li, meus e do marido (que tinha uma colecção bastante jeitosa). Livra-te do que já leste e não gostaste, livra-te daquilo que achas que não vais mesmo ler e em relação aos já lidos, guarda só mesmo aqueles que adoraste e que achas que vais voltar a ler.
E acessórios de cozinha, e tupperwares? Juntamos tanta coisa, desta vez não tinha mais nada para mandar embora, mas lembro-me que passei pela cozinha muitas vezes, tupperwares já gastos, acessórios de conjuntos completos que compramos mas que afinal não usamos. Não tenhas medo de te livrares das coisas só por fazerem parte do conjunto x ou y. Agora já não compro nada em conjuntos ou duplicados precisamente porque se preciso só de uma coisa é só uma coisa que vou comprar. Mas nem sempre foi assim e juntei coisas em casa que simplesmente não usava, essas foram as mais óbvias: adeus.
Vamos terminar com a roupa!
Acho que desta ninguém se esquece! Antes de fazer estes destralhamentos pela casa toda, pela roupa passava sempre, podia não me livrar de tanta coisa ou das coisas certas, mas havia sempre arrumações em casa e era sempre dada roupa a instituições.
Desta vez, organizei melhor toda a roupa, livrei-me de roupa que não usei no ano passado, de roupa que nunca usei e de roupa que estava demasiado gasta.
Quando tiveres um tempo livre, dá uma volta pela tua casa, compartimento a compartimento, não tenhas pressa (se puderes fazê-lo sozinha em casa tanto melhor), imagina-te como alguém de fora, que está de visita. Gostas do que vês? O que mudavas? Pensa nisso com atenção, aponta as tuas ideias, os teus planos. Depois arranja forma de pôr tudo em prática.
Se precisares de mais ideias, vê aqui tudo o que já simplifiquei.
Boa sorte!