2 anos depois… uma casa mais vazia e fácil de limpar

Já não falta muito para comemorar 2 anos de vida minimalista! Não sei bem o dia, só sei que foi por esta altura.

Tudo começou em Agosto de 2011 quando comecei a procurar informação sobre como me organizar melhor e como manter a casa em ordem de uma forma fácil. Sentia que tinha demasiadas coisas para fazer e na altura achava que apenas tinha que me organizar melhor, fazer as coisas de uma outra forma ou por outra ordem. Mas nunca me passou pela cabeça que deveria fazer menos coisas!
Esta ideia apenas surgiu cerca de um mês depois, quando ouvi falar em minimalismo pela primeira vez (obrigada Rita!).
Lembro-me que quando comecei a ler sobre o assunto tudo me pareceu fazer muito sentido. Foi como se tivesse encontrado o estilo de vida perfeito! Percebi que os minimalistas eram pessoas felizes, que sabiam realmente viver a vida e aproveitá-la ao máximo e foi aí que decidi que também queria o mesmo para mim, pois apesar de ter “tudo” o que supostamente me poderia fazer feliz, faltava qualquer coisa…
Já por aqui fui falando muito sobre o que mudou mas gostava de resumir esta experiência em dois posts.
Assim o post de hoje centra-se sobretudo na casa e o próximo post será dedicado à vida pessoal.
A grande descoberta desta viagem é que uma casa com apenas o essencial faz toda a diferença!
Eu entendo que nem todos somos iguais e que não podemos todos gostar do mesmo (e ainda bem)! Mas acreditem que mesmo quem não é nem pretende ser minimalista tem muito a ganhar se adoptar apenas alguns princípios desta filosofia de vida.
Pensem em como seria bom poderem aproveitar os fins-de-semana para fazer apenas o que é suposto fazer-se no fim de semana: descansar e divertir!
Muita gente se queixa que odeia passar a roupa a ferro e que acumulam montanhas e montanhas de roupa e que perdem horas a passar a ferro… eu digo sempre o óbvio “não passes tudo a ferro, passa apenas o mínimo possível”. Mas olham para mim como se estivesse a dizer uma coisa do outro mundo! “E que tem que ser, e que gostam mesmo das coisas engomadas”. Eu pergunto: “preferem as coisas engomadas ou o tempo livre para fazerem o que gostam?” A escolha parece-me óbvia… O passar a ferro é apenas um exemplo, há imensas coisas que fazemos porque é suposto, mas das quais nos queixamos porque não gostamos de as fazer. Se me queixo de algo, o sinal é óbvio: alguma coisa tem que mudar! E este exemplo da roupa pode aplicar-se a 1001 coisas. 
Nunca mais tive que arrumar a casa a correr quando estava prestes a receber visitas e não, não deixei de receber visitas, simplesmente a casa está praticamente sempre arrumada e limpa (e também não ando sempre a limpar, simplesmente diminuí a tralha e tenho alguns truques).
Sempre fui organizada e sempre fiz listas, mas com o minimalismo tudo se tornou ainda melhor! Por mais que goste de listas, antes tinha listas enormes de coisas para fazer, agora registo apenas o essencial, aquilo que tem mesmo que ser feito e já não ando por aí a querer fazer tudo e mais alguma coisa. 
Ganhei tempo para o que é realmente importante e apesar de sempre ter gostado de fazer limpezas e arrumações, sei que há coisas que gosto mais ainda. Portanto foi tudo uma questão de definir prioridades e eliminar o que não interessa.
Depois de me ter livrado de muita tralha e de muitas ideias sobre o que é suposto ter uma casa, a minha casa ficou mais simples, mais organizada e de fácil manutenção. Sinto-me tão bem cada vez que olho à minha volta e vejo que está tudo como gosto. Antes isso só acontecia mesmo no dia em que limpava a casa!
E é curioso porque apesar de sempre ter tido a mania das limpezas, agora preocupo-me muito menos com isso. Quando não posso ou não consigo limpar a casa durante a semana (ou quando simplesmente não me apetece pois tou demasiada cansada), aos fins-de-semana faço um ultra-speed cleaning (sim ainda é mais rápido que o speed cleaning) e chega. Antes tudo tinha que ficar perfeito, não havia prioridades e eu cansava-me para nada! Agora a tralha diminuiu e as expectativas também. Afinal porque tem que estar tudo a brilhar? Vamos ganhar algum concurso? 
Quanto aos objectos que tenho pela casa, finalmente posso dizer que são coisas que realmente gosto! Para além de me ter livrado da tralha e daqueles objectos que tinha só porque é suposto, “Uma mesa sem nada não fica bem” “Acho que ali devias pôr umas jarras…”, tinha também várias coisas guardadas das quais gostava muito, mas que simplesmente não usava porque tinha medo que se estragassem (mas afinal para que queremos as coisas? Não é para as usarmos, para as vermos todos os dias?). Tirei tudo das caixas e agora uso efectivamente as coisas. O mesmo aconteceu com as 1001 velas que tinha cá em casa (afinal qual é o objectivo de vida de uma vela?) e com alguns objectos antigos de amigos e familiares. Toca a expô-los cá em casa pois é deste tipo de coisas que eu gosto e a minha casa deve reflectir isso mesmo!
É claro que esta viagem ainda não terminou nem irá terminar (o destralhar ainda continua), afinal é isso mesmo, um caminho que descobri, que faz todo o sentido para mim e que quero percorrer diariamente! Ainda há algumas coisas cá em casa, guardadas em armários, que por mim já tinham ido desta para melhor, mas o minimalismo também me ensinou isso mesmo, a respeitar o outro e a não impor a minha opinião e as minhas vontades.
Se quiserem ler ou reler, mais em detalhe, algumas das mudanças que já aconteceram cá por casa deixo-vos aqui todos os posts sobre o assunto:
E desse lado alguém passou por uma experiência semelhante?
créditos imagem | https://unsplash.com

  • Foto: Abigail

    Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal

    Bem-vindos ao Ana, Go Slowly!

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