Simplificar a vida e definir o que é prioritário

Um dos princípios mais importantes do minimalismo não é só livrarmo-nos de coisas, é, sobretudo, focarmo-nos no essencial. Muitas vezes até acabamos por adicionar mais coisas, pois aqui não se trata de eliminar só por eliminar. Apenas eliminamos o que não faz falta, justamente para acrescentar aquilo que faz.
Nas férias (que parece que já foram há um tempão!) reflecti muito sobre a vida e voltei a pensar naquilo que é mais importante para mim, naquilo onde quero investir o meu tempo. Mesmo com tudo o que já eliminei há sempre mais… Coisas antigas que vão ficando e coisas novas que vão aparecendo. 
Já descobri que só vou conseguir fazer o que quero fazer eliminando, eliminando, eliminando e claro, adicionando o que interessa.
Não consigo fazer tudo, até porque não quero abdicar do que já construí: uma vida mais focada e simples. Por isso o segredo é continuar a eliminar coisas que pouco ou nada acrescentam à minha vida.
Claro que há certos períodos em que não temos mesmo hipótese: temos que fazer mais coisas em menos tempo, mas isso ocorre em fases específicas e não é a isso que me refiro aqui.
Então comecei a minha análise pelas rotinas.
Sabia que queria mudar algumas coisas quando as férias terminassem e sabia que o sucesso desta tarefa só dependia de uma coisa: definir bem o que queria mudar e aquilo que queria manter.
Basicamente “peguei” nas minhas rotinas e nas coisas extra que me fui lembrando e respondi às seguintes questões:
O que devo manter? O que está bem?
O que quero eliminar? O que não faz sentido?
O que posso editar?
O que posso acrescentar?
Isto aplica-se a tudo na nossa vida: rotinas, compromissos, trabalho, vida pessoal, objectos, roupas, comida, fonte de informação (esta para mim é das mais sugadoras de tempo). Enfim tudo!
E como se pode aplicar isto em prática no dia-a-dia: fazendo pequenas coisas que nos permitam viver de acordo com as nossas prioridades. Quanto ao resto, o que tem que ser feito porque sim, porque faz parte e que até não gostamos assim tanto mas tem que ser, devemos tentar simplificar o processo ao máximo, agilizar e automatizar se for possível. Se nada disto for possível, há uma que faz milagres: ver as coisas sob uma outra perspectiva. Se não podemos mudar as coisas, podemos sim mudar a forma como as vemos!
Quanto a listas de coisas para fazer, registem apenas as 3 mais coisas importantes do dia. No início pode ser complicado fazer tão pouco, mas com o tempo (simplificando, simplificando e simplificando) ainda se consegue ter menos do que 3 coisas, acreditem em mim.
E para os mais cépticos, simplificar não é deixar as nossas vidas vazias, sem nada. É sim deixá-las apenas com o mais importante, com aquilo que faz sentido para nós. E como as nossas vidas vão mudando, é óbvio que as nossas prioridades também, por isso é que é importante reflectir sobre o assunto de vez em quando.
Na minha vida quero:
Investir cada vez mais em tempo de qualidade a dois! Por exemplo, passando mais fins-de-semana fora aqui e ali. Nós adoramos “road trips” e portanto há que aproveitar enquanto o podemos fazer. E como são apenas fins-de-semana é muito mais fácil de concretizar do que passar uma semana fora, por exemplo.
Quero ainda…
Aprender mais sobre fotografia (cada vez gosto mais deste mundo!);
Dedicar-me ao blog (é das coisas que mais gozo me dá fazer);
Ter o cantinho das ervas aromáticas cá em casa e quem sabe arranjar um espaço maior em casa de um familiar para plantar legumes e fruta (como falei aqui);
Continuar a dedicar-me à cozinha (descobrir novas receitas e inventar);
Continuar a praticar exercício físico todos os dias;
E no trabalho, fazer o máximo em menos tempo possível, evitar distracções e sair a horas (pois acabo por sair bem mais tarde do que deveria…).
A ideia é tentar implementar uma coisa de cada vez, devagarinho. Algumas das coisas já estão a ser feitas, outras para lá caminham.
Estas ideias são apenas um guia, pois já sabem que há muito que me deixei de objectivos 🙂

E por aí? É tudo importante ou definem prioridades?

  • Foto: Abigail

    Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal

    Bem-vindos ao Ana, Go Slowly!

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