Uma vida mais eco-friendly

Os flashbacks são, como o próprio nome indica, um regresso ao passado.

Foi por volta de Novembro de 2011 que comecei a ler sobre minimalismo e que transformei literalmente a minha vida!
Na altura não tinha blog mas escrevia numa espécie de diário.
Quando criei o blog, um ano depois, recuperei alguns desses textos para te inspirar a fazer o mesmo. Espero que gostes!

Sempre fui muito preocupada com o ambiente e portanto sempre tive uma vida eco-friendly. Ainda assim, o minimalismo permitiu-me ir mais à além!

Primeiro de tudo, tornei-me vegan, algo que sempre quis desde que me tornei vegetariana! A vida foi acontecendo, foi passando e fui adiando esse desejo… Quase só 10 anos depois resolvi seguir em frente (e a descoberta do minimalismo na mesma altura não é pura coincidência)! Às vezes vamos adiando coisas na vida que até são bastante importantes para nós, mas nem percebemos bem porquê… Andamos demasiado ocupados com tudo o resto e esquecemo-nos do mais importante: nós!

Então como passei a ter uma vida mais eco-friendly?
Passei a poupar mais água…
– na altura do banho, enquanto espero que a água aqueça em vez de a desperdiçar recolho essa água com um balde/garrafão (uso esta água para limpar o chão ou na sanita em vez de puxar o autoclismo) ou começo mesmo por tomar banho de água fria (no verão sabe tão bem e ainda por cima activa a circulação);
– aproveitando a água que uso na roupa que lavo à mão (uso esta água na sanita em vez de puxar o autoclismo);
– tomando banhos rápidos e fechando a torneira sempre que a mesma não for necessária (enquanto lavo o corpo/cabelo. Confesso que no inverno custa um bocadinho, mas é tudo uma questão de hábito);
– usando aqueles redutores de água nas torneiras/chuveiros;

– na cozinha, nunca fui pessoa de deixar a torneira a correr enquanto lavava a loiça, mesmo assim passei a ter mais cuidado. Coloco a tampa da banca quando começo a cozinhar e assim toda a água que vou usando serve depois para passar a louça por água antes de a colocar na máquina;
– lavando apenas quando as máquinas (da louça e da roupa) estão cheias e usando programas mais curtos
Passei a usar menos papel e plástico…
– não comprando papel de embrulho: aproveito de outros embrulhos (pois não deito fora quando estão em boas condições), reutilizando sacos de papel, jornais e revistas;
– usando mais vezes sacos de tecido e recusando os sacos que são oferecidos nas lojas (só aceito sacos no supermercado quando preciso deles para o lixo);
– deixando de comprar guardanapos de papel. Agora só uso de tecido e dei o meu porta-guardanapos (pois agora de nada serve);
– comprando muito menos produtos já embalados e tentando ao máximo cozinhar quase tudo em casa;
– reduzindo o uso de lenços de papel (ainda tenho algumas embalagens) e utilizando lenços de pano;
– diminuindo o uso de papel para rascunhos (escrevo cada vez mais no computador, no smartphone…)
– deixando de usar garrafas de plástico. Passei a usar uma sigg (agora só falta deixar de usar água engarrafada em casa…). Alguém usa filtros (na torneira ou jarros com filtro)? Recomendam? A questão é mesmo o sabor, se fica melhor com o filtro ou se não se nota assim muita diferença…
– evitando ao máximo usar secadores de mãos e/ou toalhas de papel em casas de banho públicas. A técnica de sacudir bem as mãos várias vezes resulta mesmo (li algures que se devia sacudir cerca de 12 vezes! As coisas que se lembram de analisar…)
– evitando copos de plástico (se vou a um restaurante no shopping e bebo alguma coisa, prefiro beber da garrafa);
– usando folhas de chá em vez dos saquinhos de papel;
– deixando de usar luvas de borracha. Com o uso de produtos naturais para a limpeza deixei de ter a necessidade de usar luvas (antes tinha mesmo que usar pois fazia alergia a vários produtos);
– deixando de comprar os tradicionais “panos amarelos” (para a banca) e substituindo-os pelos panos micro-fibras;
– deixando de usar papel vegetal e usando uma alternativa mais ecológica, como referi aqui;
– deixando de usar película aderente e papel de alumínio;
– tendo aderido ao formato electrónico de todos os serviços que disponibilizam essa opção (facturas, bilhetes, livros…).
Passei a poupar mais combustível…
Andamos mais a pé e evitamos sair de casa de carro só porque sim. Quando saímos é com um propósito específico e se temos que ir a determinado sítio aproveitamos para ir logo a mais 2 ou 3 que fiquem no caminho.
Passei a poupar mais luz e gás…
– desligando (com o uso daquelas extensões de botão) muitos aparelhos à noite e de manhã (computadores, telefone, tv, box, impressora);
– lavando quase toda a roupa com água fria (e por isso misturo todas as cores), o que faz com que gaste menos luz, muito menos água e ainda ganhe mais tempo;
– lavando e limpando menos (só lavo e limpo o que está sujo);
– substituindo algumas lâmpadas por lâmpadas económicas e tirando outras. Como tenho vários focos no tecto e ainda todos funcionam, em vez de substituir todos os focos, resolvi tirar alguns, pois não preciso de tanta luz em certos pontos da casa;
– deixando de ligar o aquecimento no inverno. Veste-se mais roupa, usam-se lençóis mais quentes e saco de água quente se necessário (a minha casa não é muito fria) e aproveitando o sol para aquecer a casa durante o dia;
– usando menos vezes o forno para cozinhar (antes era um exagero e como também comprava muita coisa pré-cozinhada ainda era pior, era só colocar no forno…);
– dando as leituras dos contadores (luz, água, gás);
– cozinhando o dobro da comida e guardando o resto;
– reduzindo a potência da luz para 3.45 Kva (já cheguei a ter 6 e tal!). Já tive bi-horario mas no início deste ano deixei de ter pois agora dá-me mais jeito assim, não estou presa a horários.
Passei a usar produtos ecológicos e mais saudáveis (para mim e para a casa)…
– todos os produtos de higiene são agora vegans;
– os óleos de amêndoas doces/de côco são os meus produtos de eleição para hidratar o rosto/corpo e percebi que a minha pele reage muito melhor, pois tinha alergias constantemente a todo o tipo de cremes;
– comecei a usar esfoliante caseiro;
– passei a usar sabonetes que são muito mais saudáveis e mais económicos;
– os cotonetes que uso são biodegradáveis;
– passei a usar só produtos ecológicos na limpeza da casa (antes tinha um armário cheio com produtos específicos para cada coisa: para limpar o wc, para tirar gorduras, para limpar o chão, para limpar os vidros, para desinfectar as sanitas, sal e abrilhantador para a máquina, amaciador para a roupa, panos amarelos… Passei a usar só detergente caseiro nas limpezas, deixei de usar amaciador (pois é muito mau para o ambiente e não sinto falta dele) e comprei uma esfregona ecológica. É incrível como somos levados a comprar, a comprar, a comprar, quando na realidade os produtos fazem quase todos o mesmo):

 Armário dos detergentes – ANTES
Armário dos detergentes – DEPOIS
– uso mais produtos biológicos – apesar de serem mais caros, poupo a longo prazo (na minha saúde);
– praticamente deixei de tomar comprimidos. Recorro sempre a alternativas naturais e deixo as alternativas químicas sempre para último recurso.
Passei a ser uma consumidora mais informada, mais responsável e mais contida:
Reduzi o consumo de uma forma geral através de desafios como no-spending month (em que acabo com tudo o que está na despensa); tento reutilizar tudo ao máximo; evito o desperdício, comprando apenas aquilo que realmente necessito; deixei de comprar roupa com a frequência com que o fazia (quase todos os meses); deixei de fazer refeições fora e aprendi a gostar muito mais de cozinhar; passei a levar almoço para o trabalho (sei que assim poupo mais e me alimento melhor); de vez em quando troco coisas/roupas com amigos e familiares; peço emprestado e evito comprar; tento apoiar o comércio tradicional e aquilo que é português; passei a privilegiar o contacto com a natureza e a preferir programas ao ar livre:

Apesar de me ter livrado de imensa coisa desde que adoptei o estilo de vida minimalista, tento sempre reciclar ou dar a alguém, evitando ao máximo colocar as coisas no lixo comum.
Sempre que posso tento partilhar estas e outras dicas, aqui no blog, e também com amigos/conhecidos.
E por aí que preocupações têm com o ambiente?

  • Foto: Abigail

    Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal

    Bem-vindos ao Ana, Go Slowly!

    Aqui cabe tudo aquilo que nos leva em direcção a uma vida mais simples, mais sustentável e também feliz: minimalismo, slow living, desperdício zero, hábitos saudáveis, ferramentas de desenvolvimento pessoal, yoga e meditação.

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