Um quarto com menos roupa e não só

Os flashbacks são, como o próprio nome indica, um regresso ao passado.

Foi por volta de Novembro de 2011 que comecei a ler sobre minimalismo e que transformei literalmente a minha vida!
Na altura não tinha blog mas escrevia numa espécie de diário.
Quando criei o blog, um ano depois, recuperei alguns desses textos para te inspirar a fazer o mesmo. Espero que gostes!

O quarto nunca esteve muito cheio. Tenho uma cama, duas mesinhas e uma cadeira para pousar a roupa. O armário é embutido. As únicas coisas visíveis que desapareceram foram: um puff, um bloco que tinha em cima da minha mesa de cabeceira e a capa do edredon (que era estampada).

O resto das mudanças foram internas (dentro dos armários portanto)! E que mudanças! Foi precisamente no quarto que tudo começou… Bem me lembro da altura em que tinha feito uma lista enorme de coisas que queria comprar no ikea só para organizar a tralha que tinha: caixas grandes, caixas pequenas, cabides, prateleiras, enfim… Foi antes de cometer essa loucura que descobri o minimalismo… e o resto já sabem!
O que fiz no meu quarto (uma vez mais ao longo de várias sessões, que demoraram mais de um ano…)?

dei muita roupa: que usava no dia-a-dia, para andar por casa, pijamas, roupa interior, meias, roupa para a neve (como é raro andar na neve não preciso de muita roupa certo?); roupa de exercício; roupa de ocasiões especiais que apenas guardava de recordação (se não vou voltar a usar para quê ter? Tirei foto e dei); livrei-me de toda a roupa que não ficava bem com o meu tom de pele e livrei-me de muita coisa com padrões (passei a usar sobretudo peças lisas);

obriguei-me a usar coisas que não usava há muito tempo (numa de usar tudo o que tenho no armário). Durante o dia, ao usar efectivamente as coisas, percebia logo se gostava/se me sentia bem ou não. Assim que chegava a casa já sabia o que fazer: ou guardava ou dizia adeus! Foi assim que me livrei de muitas coisas sobre as quais tinha dúvidas;
– inicialmente separei quase toda a roupa para vender, mas depois acabei por dar quase tudo, pois vender mesmo assim dá trabalho e os trocos que ia ganhar não compensavam o esforço. Prefiro ajudar quem precisa;

dei o suporte onde tinha os colares (agora são tão poucos que não precisam de suporte!);

dei imenso calçado (tinha várias coisas que tinham sido muito caras e às quais estava presa por causa disso, mas consegui libertar-me desse peso e disse adeus!);

dei mais de metade da minha bijuteria: todos os brincos (pois não uso há anos); muitos colares (fiquei só com 4); quase todos os acessórios para o cabelo (pois raramente uso); todas as coisas de infância; coisas oferecidas e muitos porta-chaves;

– dei óculos: de sol e graduados;

dei os meus cintos quase todos (fiquei só com 2);

dei relógios (fiquei só com 2) e caixas de relógios. Tinha alguns relógios de recordação, nem sequer os usava, por isso adeus! (confesso que deixei de usar relógio praticamente, eu que sempre fui relógio-dependente…);

livrei-me de malas/carteiras (cerca de 12) e de uma mochila (tinha por exemplo uma mala que gostava muito mas como era estampada era um dilema sempre que a queria usar!);

a minha roupa e calçado passaram a caber apenas num armário, quando antes ocupavam 3 (não completos, pois havia lá outras coisas pelo meio);

reciclei peças antigas (que não usava) levando-as à costureira;

livre-me de almofadas (para quê ter almofadas a decorar a cama quando só tornam a tarefa de fazer a cama mais morosa?);

substituí a capa do edredon por uma branca toda lisa (estava mesmo cansada do padrão da que tinha!);

arranjei uma “Caixa do Dave;

– no meio das arrumações descobri uma t-shirt cheia de recordações, com mensagens de amigas (estava guardada pois tinha medo de a usar, uma vez que com as lavagens a tinta poderia sair). Resolvi arriscar mas antes fotografei-a. Lavei e a tinta não saiu! Decidi começar a usá-la em casa e para fazer exercício. Assim posso ler as mensagens várias vezes e lembrar-me da história!

– tinha um puff para pousar e guardar coisas. Como o puff dá para desmontar (é um cubo e tem tampa), desmontei-o e arrumei-o. A cadeira para pousar a roupa ainda permanece no quarto, se bem que a minha vontade era livrar-me dela… Para já, continuo a usar para pousar a roupa e também dá jeito quando quero chegar à parte mais alta do armário que é mesmo quase no tecto!

na mesinha de cabeceira tinha, além do candeeiro, um livrinho com mensagens inspiradoras que fui tirando da net e outras que eu própria escrevi (a ideia era ler algumas delas antes de dormir ou quando acordava). O livrinho era muito giro mas a verdade é que nunca pegava nele para ler as mensagens. Passei todas mensagens para o evernote e deitei o livro fora! No evernote não só leio as mensagens mais vezes, como também acrescento mais mensagens sempre que encontro algo inspirador. E assim a mesinha ficou mais livre e mais fácil ainda de limpar!

– continuo a ter tv mas passei a ligá-la cada vez menos (provavelmente nem deveria ter comprado…);

– também continuo a ter tapete (relativamente pequeno), mas confesso que a ideia é não substituí-lo quando se estragar… Descobri que no quarto um tapete não faz assim tanta falta, dado o tempo que lá passamos…

E mais algumas coisas que fui descobrindo…

Quando comprei os cabides para pendurar a roupa, confesso que não me debrucei bem sobre o assunto, comprei de madeira e arrependi-me quase de seguida e porquê? Porque os cabides de madeira têm quase o dobro da grossura dos de plástico, logo ocupam muito mais espaço!

Também já quis comprar um ou vários quadros para pendurar em cima da cabeceira da cama. Ainda bem que não o fiz, gosto muito mais assim!

Apesar de já ter feito muita coisa, as arrumações continuam (claro que não com a frequência de outrora)!
No fim-de-semana passado consegui desocupar uma gaveta do armário e dei mais bijuteria, acessórios e roupa.

Minimizar as nossas coisas é mesmo um processo contínuo e que sabe tão bem de vez em quando! Além disso, é cada vez mais fácil fazê-lo, pois sentimo-nos completamente desligados de todas estas coisas, que não são assim tão importantes!

  • Foto: Abigail

    Ana Milhazes, Socióloga, Coach, Formadora, Instrutora de Yoga, fundadora do Lixo Zero Portugal

    Bem-vindos ao Ana, Go Slowly!

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